terça-feira, 21 de março de 2017

Amyr Klink - "Sou um dos cinco!"

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"O negócio mais próspero que tem no mundo, hoje, em teros de turismo é o aluguel de embarcações.
É um eixo virtuoso de geração de outros negócios. Ninguém vai para a Croácia por causa dos restaurantes, mas sim porque lá há a mais modrna frota de charter do mundo. Turistas vão para alugar barcos e passear e essa atividade movimenta hotelaria e companhias de navegação. No Rio de Janeiro, quantas velas você vê saindo da costa no fim de semana? Incrível, parece que o brasileiro tem medo, pânico do mar, porque não vemos botes infláveis, iates ou lanchas para alugar na nossa costa. E quando tem, custa quatro vezes mais do que em Mônaco."
Esta é parte de uma entevista que o expoente velejador brasileiro, Amyr Klink, com trinta anos de experiência, títulos em competições, jornadas sensacionais repletas de aventuras bem documentadas no esporte, concedeu a Revista Época Negócios de outubro de 2014.
Ele faz uma crítica das mais procedentes e inquietantes sobre a falta de espirito navegador do brasileiro, país com uma das maiores costas navegáveis do planeta, que em exploração turistica do bem deve estar entre os últimos do mundo.
Mais adiante, na entrevista ele dá a razão. E ela está muito relacionada com a motivação para os protestos contra a ordem das coisas atual:
"Distorções na área trabalhista são o maior entrave. Exige-se, no Brasil, que a pessoa que vai trabalhar em embarcações turisticas, faça sete anos de marinha mercante.  Eu tenho mais de 200 mil milhas navegadas em alta latitude -não tem cinco caras no mundo que têm isso - e não posso alugar meu barco comigo no comando. O mundo inteiro resolveu esse problema, criando uma categoria média de certificação, para embarcações de até 400 toneladas. A burocracia para obtenção de licenças e seguros, também só desgasta o processo."
Muito obrigada pela declaração Amyr.
Que esteja entre um dos cinco não pe correto, é provável que seja o primeiro dos cinco. Amyr é o mestre jedi dos navegadores, deveria ter um programa na TV para ajudara a reverter este triste quadro.

Legislação nota zero.
Visão empresarial do turismo nautico: nota zero
Mobilização para reverter tal legislação: nota zero
ou 20%, ou 10%, mas sufocada em algum trecho do percurso judicioso, por quê?
  

terça-feira, 28 de julho de 2015

Lucy, ou a Macaca do Brasil, por Bocage

Nos serros do Brasil diz certo autor que havia
uma namoradeira, uma sagaz bugia.
Milhões de chichisbéus pela taful guinchavam,
E, por não terem asa, o rabo lhe arrastavam.
Qual, caindo-lhe aos pés de amores cego e louco,
Nas cabeludas mãos lhe apresentavam um coco;
Qual do açúcar brilhante a sumarenta cana;
E qual um ananás, e qual uma banana.
Ela, com riso astuto, ela com mil caretas,
Lhe entretinha a paixão, lhe is doirando as petas;
Os olhos requebrava ao som de um suspirinho:
A todos prometia o mais fiel carinho,
E, se algum lhe rogava especial favor,
À terna petição dizia: "Sim, senhor."
Mas com muita esperança, o fruto era nenhum,
E os pobres animais ficavam em jejum.
Leitores, há mulher tão destra e tão velhaca,
Que nisto lhe não ganha inda a melhor macaca.

Poesia escrita por Bocage, que viveu entre 1725 e 1805, e veja, ainda por cima a compôs em verso alexandrino!
A Macaca, está no saboroso livro Bocage, da série Literatura comentada, publicado pela Abril educação.
Adquiri-o no ano passado em um sebo em Mariluz, e só ele já valeu a viagem.
 

terça-feira, 7 de julho de 2015